sábado, 10 de novembro de 2018

Colimação GSO RC8

O objetivo desta postagem é demonstrar como consegui uma colimação satisfatória em meu GSO RC8.

Após pesquisar em inúmeros sites e manuais dos telescópios do tipo Ritchey-Chretien (RC) e fazer inúmeros testes com os mais diversos métodos que encontrei, consegui "desenvolver" um método prático e relativamente fácil, que se mostrou bastante eficaz.

Eu utilizei uma uma webcam para facilitar o trabalho de ficar verificando e ajustando os parafusos de colimação.

Material que utilizei para o método:

- QHY5 color (webcam)

- Tripé fotográfico

- Ocular de colimação do tipo Cheshire

- Chaves allen para os ajustes nos parafusos

- Software de captura (Sharpcap) https://www.sharpcap.co.uk

- Software auxiliar de colimação (Mire de Collimation) - Google It!


Montagem do Dispositivo


 

 


Sequência para colimação:

1. Centralização do espelho secundário:

 - Nesta fase o objetivo é, agindo nos parafusos de colimação do secundário, colocar a bolinha no centro da circunferência menor.

- IMPORTANTE lembrar que toda vez que apertamos um dos parafusos, os outros dois devem ser afrouxados e se afrouxarmos um, os outros dois devem ser apertados. Isso é feito para que a pressão sobre o espelho seja igualamente distribuida.

- A imagem final nessa fase deve ficar como a da imagem abaixo:

 



2. Enquadramento do primário:

- O segundo passo será centralizar o espelho primário em relação ao tubo do telescópio.

 Para isso devemos afrouxar todos os parafusos de retenção do primário e depois, em movimentos pequenos nos parafusos de colimação, ir ajustando até que todos as quatro saliências se projetem igualmente conforme a imagem abaixo:

 

 

- Observe que provavelmente o ajuste feito no primeiro passo ficará prejudicado, mas isso será corrigido no próximo passo.


3. Recentralização do secundário:

- Novamente agindo nos parafusos de colimação do secundário, faremos a centralização conforme descrito no primeiro passo.

- Deve-se repetir os passos 1 e 2 até que tudo esteja perfeitamente concêntrico conforme a imagem abaixo:

 

- Neste ponto o telescópio já estará com 90% da colimação feita, sendo necessário como última etapa o teste de estrela, onde será feito o ajuste fino. Esse teste é fundamental, porque em geral, o centro mecânico não coincide com o centro ótico nesses modelos.

4. Teste de estrela (Eliminação do coma):

- Nesta última etapa apontaremos o telescópio para uma estrela não tão brilhante e a colocaremos bem no centro da imagem do visor;

- Feito isso faremos o desfoque para fora dessa estrela e então agindo nos parafusos do PRIMÁRIO ajustaremos a imagem até a sombra do secundário estar perfeitamente centralizada como na imagem abaixo. Ajustes em pequenas voltas e utilizado 2 parafusos de cada vez. Pode-se colocar a mão na frente do tubo para saber qual parafuso deve ser apertado ou afrouxado.

- REGRA: A parte "gorda" indica que o parafuso deve ser apertado e a parte fina indica que o parafuso deve ser afrouxado:

 

5. Teste de estrela (Eliminação das distrorções)

- Chegando nessa etapa, o telescópio já estará colimado na porção central do campo de visão do CCD. Ocorre que, dependendo do tamnho do CCD, as estrelas das bordas poderão apresentar algum tipo de distorção.

- Para corrigir essas distorções ainda será necessário o seguinte procedimento:

 Mover a estrela desfocada para a borda da imagem e agora agindo somente nos parafusos do SECUNDÁRIO, deveremos novamente chegar no mesmo padrão da figura acima, ou seja, a sombra do secundário perfeitamente centralizada.

-PRONTO, seu RC estará colimado e raramente será necessário uma nova colimação, pois esse tipo de telescópio segura bem a colimação.

- Importante ressaltar que após o passo 5, se observarmos pela ocular cheshire veremos que as coisas não estarão mais tão centralizadas, isso se deve porque, como já foi dito, o centro ótico não coincide com o centro mecânico do telescópio e daí que surge a lenda que esse tipo de telescópio é difícil de colimar. Não, é apenas diferente!

- Espero que tenham sucesso na colimação.

 Depois que se entende bem o procedimento, colimar fica muito fácil e rápido.

A seguir uma imagem de verificação onde pode-se observar o grau de colimação alcançado com o procedimento acima descrito: Imagem feita com uma câmera ASI1600MM Pro e RC8 com redutor focal, operando em F/6.


 

NGC 2070 - GSO RC8 com CCDT67 em F/6 - ASI1600MM


Obs: Esse telescópio foi concebido para apresentar um campo plano, inclusive em sensores grandes, quando operando em F/8 

 Ao se utilizar redutores focais tudo é alterado, podendo as bordas apresentarem distorções. Essas não são decorrentes de má colimação.

É perfeitamente possível a utilização de field flatteners com redutores, os mesmos utilizados em refratores, para se aplainar todo o campo.


 


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

CCD x FOV x Telescópios

Segue abaixo um comparativo das imagens que seriam obtidas com diferentes combinações de CCD, telescópios e redutores focais:

Fonte: http://www.12dstring.me.uk/fov.htm

OTA Orion ED80T-CF e Atik 314E, sem redutor focal (F/6)


 OTA Sky- Watcher Equinox 120ED com redutor focal de 0.85x e Atik 314L+ (F/6.3)



 OTA Sky-Watcher Equinox 120ED, Atik 314L+ e sem redutor focal (F/7.5)


 OTA Sky-Watcher Equinox 120ED com Atik 314E e sem redutor focal (F/7.5)


 OTA RC8 com Atik 314E com redutor focal 0.67 (F/5.3)


 OTA RC8 com Atik 314E sem redutor focal (F/8)


OTA RC8 com Atik 314L+ e redutor focal 0.67 (F/5.3)


OTA RC8 com Atik 314L+ e sem redutor focal (F/8):


domingo, 11 de maio de 2014

M 20 com a Canon 450D mod

Ontem resolvi tirar a poeira de minha Canon 450D mod (sem filtro infravermelho) e do tripé Celestron CG-5. Também foi utilizado o CLS clip da Astronomik.
Como não estava conseguindo um guiamento satisfatório, fiz 136 frames de 30 segundos.
Essa foto é um exemplo de que com um setup de entrada e relativamente acessível também é possível se conseguir fotografias de boa qualidade.
O telescópio utilizado foi o Equinox de 120mm em F 7.5 e a Canon em ISO 800.
O programa utilizado para a captura com a Canon, que considero o melhor, foi o Backyard EOS:
http://www.backyardeos.com/.
O processamento foi feito com o Photoshop CS3 e PixInsight.
A primeira foto é o resultado do empilhamento no DSS, sem qualquer processamento e a segunda a versão "crop" processada.
Algo que me chama bastante a atenção é o fato do Equinox não precisar de field flattner .A primeira foto mostra bem isso:

M 20 - Equinox 120 + Canon 450D - sem qialquer processamento
M20 - Equinox 120 + Canon 450D - Crop e processamento inicial
M 20 - Equinox 120 + Canon 450D (resultado final)
Setup com Equinox 120 + Tripé CG5 e Canon 450D

sábado, 26 de abril de 2014

Hubble Palette com PixInsight


1. RBG x Narrowband

Sem dúvida as imagens astronômicas utilizando os filtros SII, HA e OIII, também chamado de astrofotografia em banda estreita (narrowband), produzem belíssimas imagens coloridas, fazendo a simples imagem em RGB até ficar sem graça.

Entretanto, cabe destacar que as fotos em RGB ou LRGB (com o filtro Luminance) produzem a coloração natural dos objetos, ao passo que as feitas com os filtros de banda estreita produzem a chamada falsa cor.

Vejamos uma simples comparação utilizando a IC 2944, conhecida como Running Chicken Nebula. A primeira foto em RGB e a segunda em Narrow Band. As imagens falam por si só:

Obs 1: aqui as imagens foram aperfeiçoadas e retratam o resultado final. Foram utilizados os programas Photoshop CS3 e PixInsight 1.8.

Obs 2: A imagem em RGB abaixo foi composta pelos filtros HA (Red) e OIII (Blue), sendo o canal ¨Green" sintético. (Explicarei isso em outro post)

IC 2944 em RGB



IC 2944 em NB

2. A paleta de Hubble com o PixInsight:

Para se conseguir o resultado da paleta de Hubble (famosa por ser utilizada nas fotos do Telescópio Hubble), é necessário primeiramente atribuir-se aos filtros em narrowband, cada uma das cores normais, da seguinte forma:

RED -> SII

GREEN -> HA

BLUE -> OIII

Quando for feita a combinação deles (SHO) a imagem ficará assim (neste exemplo utilizarei a Nebulosa do Camarão, ou IC 4628:




SHO com canais juntos no SCT (Screen Transfer Function)
ou

SHO com canais separados no STF (Screen Transfer Function)

A paleta de Hubble é formada com a seguinte fórmula:

Red = SII * 0.5

Green = HA * 0.15 + 0.85*OIII

Blue = OIII

No PixInsight utillizaremos a função PixelMath. Dessa forma colocamos a fórmula acima e depois aplicamos na imagem acima:



O resultado passa a ser o seguinte:

Hubble Palette - IC 4628
A parir daí são feitos os ajustes e processamentos sendo que, neste caso, o resultado final ficou assim:

IC 4628 - The Prawn Nebula (Nebulosa do Camarão) em Hubble Palette)





segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Remoção de vinhetagem

Um dos maiores problemas quando se utiliza chips largos, tais como uma DSLR (Canon, Nikon etc..) é a ocorrência de vinhetagem na imagem (bordas escuras e imagem central clara)
A figura abaixo mostra o exemplo do que estou falando:


A fim de minimizar esse efeito, encontrei uma solução muito simples usando o Photoshop e que apresenta um resultado satisfatório.

Obs: Na imagem acima não foi feito nenhum tratamento, apenas ajustei os níveis para que o objeto pudesse ser revelado.

A seguir o vídeo onde demonstro a técnica utilizada:


http://www.youtube.com/watch?v=CwdEjcyQ4rw


Após os procedimentos explicados no vídeo acima, o resultado: