domingo, 24 de fevereiro de 2013

Fotografar a Lua com filtro R ou G

Uma das versatilidades de uma câmera monocromática é a possibilidade "infinita" do uso de filtros e/ou combinações possíveis de serem feitas, a fim de se obter um determinado tipo de resultado ou efeito.

No caso das fotografias lunares, quando estamos no modo "live view", aparentemente o filtro verde apresenta um visual da superfície mais detalhado, porém na hora de processarmos a foto, o filtro vermelho se sobressai. Existe explicação, mas por hora postarei apenas as fotos para fins de comparação.

Ambas foram feitas na mesma hora, com a mesma câmera (AZI120MM), utilizando o Firecapture e foram 1000 frames na resolução 640 x 480 a 30 fps.

Usando o filtro G (verde):


Usando o filtro R (vermelho)



As diferenças são sutis, mas o filtro vermelho apresenta um melhor resultado
Visualmente o filtro verde apresenta uma imagem mais agradável.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

NGC3372 - CORE

Dessa vez tentei captar detalhes do core da NGC3372 - Eta Carina.

Fiz também uma experiência nova:  Retirei o redutor focal da Meade F/3.3, coloquei o da Celestron de F/6.3 e na Atik, coloquei um redutor de 0.5x a 40mm do CCD. 
Essa modificação foi feita com a finalidade de reduzir o coma provocado pelo redutor da Meade. E o resultado foi muito melhor, basta ver a foto abaixo.
Outra detalhe importante é que o corretror da Celestron é redutor focal e field flatner. 
Não cheguei a fazer os cálculos exatos, mas acredito que com a nova combinação o telescópio ficou em F/3.2 e sem coma. 

A foto foi essa com aproximadamente 30 min por canal R e G e 20 min no Blue. Subframes de 70s e 50 s respectivamente:

Fazendo um novo balanceamento de cores e de background:









segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

NGC3324 - Gabriela Mistral

Finalmente o tempo deu uma trégua de uma noite com céu limpo e então fotografei um objeto pouco explorado na região de Eta Carina, a Nebulosa Grabriela Mistral ou NGC3324.

Localização: Segue imagem obtida no Worldwide Telescope (http://www.worldwidetelescope.org) como referência para identificação dessa nebulosa:



A nebulosa leva esse nome devido a semelhança com a escritora chilena de mesmo nome, que foi ganhadora do nobel de literatura em 1945. Além disso essa nebulosa, a semelhança da M42 (Nebulosa de Orion) é um berçário de estrelas. A estrela mais brilhante indica o local de intensa formação estelar.

Para captura o equipamento foi o Celestron C 9.25, CCD Atik 314E e guiagem com o pacote Orion (ST80 + OSSAG), Filtros RGB da Orion.

O grande diferencial dessa imagem foi o processamento no Pixinsight, que já estou me acostumando e retoques finais no Photoshop (saturação e a utilzação do Astronomy Tools para redução de ruído de fundo, Noise Ninja e outra ação (free) chamada de powerdetailextract).

A imagem ainda apresenta o efeito (ou defeito) de coma nas estrelas periféricas devido ao redutor focal utilizado que converte o telescópio de F/10 para F/3.3.

Foram 35 minutos de captura por canal de cor e dessa vez fiz frames curtos de 70 segundos. A propósito estou gostando mais de usar vários frames curtos ao invés de frames longos, pois isso evita a super exposição

A seguir a foto obtida e logo abaixo uma foto da escritora. Repare a semelhança da nebulosa com seu rosto de perfil.

NGC3324 - 17/02/13

Gabriela Mistral


sábado, 9 de fevereiro de 2013

NGC2070 - TARANTULA NEBULA e Mod SCT

Olá
Depois de um período de férias retomei minhas atividades de astrofotografia neste mês de fevereiro de 2013.
Antes de sair de férias havia feito uma encomenda de um tubo de fibra de carbono para substituir o original de alumínio da Celestron. O motivo? Basicamente por dois grandes motivos:

1. O tubo de fibra de carbono pesa a metade do peso do de alumínio e ainda é mais forte;
2. O tubo de fibra possui um revestimento interno anti-reflexo o que proporciona imagens com maior contraste e estrelas menores.

Coloquei a mão na massa e desmontei meu C 9.25 com cuidados e precisão cirúrgica. Devo confessar que li muito a respeito antes de tomar essa decisão e de executar essa cuidadosa operação. Se algo desse errado tornaria o telescópio imprestável. Felizmente deu tudo certo.

Acoplei também uns acessórios da ADM para o telescópio de guiagem e substituí o dovetail padrão CGEM por um também da ADM só que padrão Vixen. Tudo isso com a finalidade de manter o conjunto o mais leve possível.

Em astrofotografia, quanto menos peso a montagem suportar, melhor.

Eis uma foto do setup antes e depois das modificações:

Antes:


Depois:

C 9.25 - Carbon Fíber Tube


Links das modificações:

ADM dovetails
http://admaccessories.com/

Tubos de fibra de carbono:
http://www.carbonscopetubes.com/index.html

Desmontagem de um SCT (passo a passo)

http://www.laughton.com/paul/rfo/c11-disasm.html


Meu primeiro teste com esse "novo" setup foi a nebulosa da tarântula, a NGC2070. Foram cerca de 1hora e 15 min de exposição que tive que dividir em 3 noites, pois não estava conseguindo um alinhamento polar satisfatório para longas exposições. As fotos foram utilizando a ATIK 314E e filtros RGB da Orion. Os frames fora de 120s para R e G e 120 s para o canal B.

Felizmente após inúmeras tentativas e frustrações consegui. A principal dificuldade foi fazer o alinhamento pelo Polar Scope. A montagem que eu comprei no Armazém do telescópio não veio com o retículo para o hemisfério sul e isso dificultou bastante o processo.

Depois de quase jogar tudo pela janela consegui o maldito alinhamento polar com a montagem Atlas EQG (NEQ-6). Descobri também que o PHD Guiding (software de guiagem) possui um gráfico que mostra como está o alinhamento. Na captura de tela abaixo é possível de ver as linhas vermelha e azul que representam os dois eixos RA e DEC da montagem. Quando elas andam juntas significa que o conjunto está alinhado. Veja abaixo uma tela capturada durante a fotografia da NGC2070:

PHD Guiding e NGC2070

A seguir o resultado:

NGC2070 - TARANTULA NEBULA